O cenário político brasileiro ganhou um novo protagonista nesta terça-feira, 29: foi oficializada a criação da federação União Progressistas, união entre os partidos União Brasil e Progressistas, em evento realizado no Salão Negro da Câmara dos Deputados, em Brasília. O lançamento ocorreu às 15h e marca o início de uma articulação com efeitos diretos sobre o jogo de forças nos estados — em especial, no Ceará.
Sob a presidência nacional do deputado Antônio Rueda (União Brasil) e do senador Ciro Nogueira (Progressistas), a federação estreia com uma base robusta de 108 deputados federais, formando a maior bancada da Câmara. Juntas, as duas siglas movimentaram mais de R$ 954 milhões em recursos eleitorais nas últimas eleições, um indicativo do poder de fogo financeiro e político da nova estrutura.
Apesar do discurso de unidade nacional, o clima nos bastidores nos estados passa longe da harmonia. No Ceará, por exemplo, o anúncio da fusão já escancarou uma disputa pelo controle da federação entre dois velhos conhecidos da política local: Capitão Wagner, que comanda o União Brasil no estado, e AJ Albuquerque, atual presidente estadual do Progressistas.
Wagner, que já foi candidato ao governo do Ceará e mantém forte influência na oposição, vem articulando a vinda de nomes de peso para o União Brasil, como o ex-prefeito Roberto Cláudio. Ele enxerga na federação uma oportunidade de montar uma chapa majoritária competitiva para 2026. AJ, por sua vez, busca manter o espaço conquistado nos últimos anos dentro da base governista, e já avisou que pretende disputar o protagonismo da federação no estado.
Nos bastidores de Brasília, aliados de Rueda indicam que haverá uma solução negociada caso a disputa escale, mas admitem que o Ceará será um dos estados com maior desafio de conciliação interna.
A União Progressistas surge com o objetivo declarado de se tornar uma alternativa de centro-direita consolidada nacionalmente, mirando protagonismo em 2026 — tanto na disputa presidencial quanto nas majoritárias estaduais. Com força no Congresso e grande capilaridade municipal, a federação já nasce como ator relevante no xadrez eleitoral brasileiro.