Direção nacional busca candidatura própria em 2026, enquanto gestores defendem permanência nos ministérios
O União Brasil se movimenta para se consolidar como força de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). Apesar disso, os três ministros da sigla que integram o atual governo federal expressaram desejo de permanecer nos cargos, mesmo após cobranças diretas do presidente.
A legenda, que comanda os ministérios do Turismo (Celso Sabino), Comunicações (Frederico Siqueira) e Integração Nacional (Waldez Góes), foi convocada por Lula para uma reunião. O objetivo foi cobrar uma posição mais clara sobre a atuação do partido, especialmente após as críticas públicas do presidente nacional da sigla, Antônio Rueda, à condução do governo.
Alinhamento nacional e disputa local
Segundo relatos, os ministros ressaltaram que a sigla é “plural” e que suas opiniões não refletem o posicionamento da cúpula partidária. Rueda, por outro lado, reforçou que o União Brasil dificilmente apoiará a reeleição de Lula em 2026 e defendeu a construção de um bloco de centro-direita unificado para enfrentar o PT. O nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é cotado como presidenciável pelo partido.
No Ceará, a legenda também sinaliza um caminho opositor. O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, filiou-se ao União Brasil com projeto de candidatura ao governo estadual, em aliança com PL e PSDB. O movimento foi articulado por Capitão Wagner, presidente estadual da sigla.
Divisão interna marca cenário cearense
Na Assembleia Legislativa, o partido apresenta posições divididas. Felipe Mota, Sargento Reginauro e Heitor Férrer compõem o bloco de oposição, enquanto Firmo Camurça é alinhado ao governo Elmano. Já na bancada federal, Danilo Forte e Dayany Bittencourt são críticos ao governo, enquanto Fernanda Pessoa é aliada e Moses Rodrigues atua de forma neutra.
Apesar de tentativas do governo de atrair o União Brasil para sua base, incluindo oferta de vaga ao Senado, a direção nacional assegurou a manutenção da postura de oposição. “Vai vir o partido, mas não vem toda a base do partido”, afirmou Elmano em entrevista recente.
A possível federação entre União Brasil e PP pode consolidar o grupo como maior força do Congresso Nacional para o próximo ciclo eleitoral.