A possível entrada do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), na disputa pelo Governo do Ceará em 2026 movimentou os bastidores políticos do estado. A pré-candidatura do pedetista — que avalia trocar de legenda — foi celebrada por lideranças do PL e do União Brasil, dois partidos que articulam a construção de uma frente ampla de oposição ao grupo governista cearense.
No União Brasil, o nome de Roberto Cláudio vem sendo tratado como consenso. Segundo interlocutores da sigla, a cúpula nacional, liderada por Antônio Rueda, já sinalizou apoio à candidatura de RC caso ele se filie ao partido. O gesto tem o aval de Capitão Wagner, que em público e nos bastidores tem afirmado estar disposto a abrir mão de uma nova candidatura ao Governo em nome de uma frente unificada e competitiva.
No PL, o movimento também é bem recebido. O deputado estadual Carmelo Neto, uma das principais vozes da sigla no Ceará, declarou em entrevistas que Roberto Cláudio tem “capacidade de diálogo” e pode representar uma alternativa viável ao atual modelo de gestão comandado pelo PT no estado. A convergência entre os dois partidos, que passaram a integrar a federação União Progressistas, fortalece os planos de lançar uma candidatura de centro-direita robusta para 2026.
Apesar dos elogios, a definição oficial ainda depende da decisão de RC sobre seu destino partidário. O ex-prefeito tem mantido conversas reservadas com líderes do União Brasil e PL, e também tem interlocução com figuras do PSD, o que amplia o leque de possibilidades — e de cálculos políticos.
Caso se confirme, a pré-candidatura de Roberto Cláudio representará um reposicionamento da oposição no Ceará, com chances de rearticular alianças que ficaram enfraquecidas após a eleição de Elmano de Freitas. A movimentação também mostra que o tabuleiro eleitoral de 2026 já está longe de ser uma folha em branco.