Operação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) apreende máquinas, insumos e produtos avaliados em até R$ 10 milhões
A Polícia Civil do Ceará (PCCE) desarticulou, na zona rural de Tianguá — a cerca de 285 km de Fortaleza — uma fábrica clandestina de cigarros. A operação, realizada na segunda-feira (24), resultou na prisão em flagrante de 10 homens paraguaios e na apreensão de maquinário de produção, insumos e milhares de maços prontos para comercialização.
Segundo a PCCE, o galpão funcionava num imóvel isolado, na localidade conhecida como “Cinturão Verde”. No local foram encontradas máquinas de fabricação e embalagem, empilhadeiras, gerador elétrico, filtros, papel e material plástico para lacração, além de caixas com cigarros prontos.
Além disso, a estrutura contava com alojamento, cozinha e até um campo de futebol — indicando que os trabalhadores ficavam “hospedados” no local, em um sistema de rodízio que fazia com que diferentes grupos se revezassem na produção.
Investigação, prisões e indiciamento
A desarticulação da fábrica foi resultado de investigação da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), vinculada ao Departamento de Combate aos Crimes contra o Patrimônio (Depatri), com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core/PCCE). A operação atendeu denúncia anônima sobre atividade ilícita na zona rural da cidade.
Os presos — com idades entre 25 e 47 anos — são naturais do Paraguai e estariam no Brasil de forma irregular. Eles foram autuados pelos crimes de associação criminosa e crime contra a ordem tributária, devido à manufatura e distribuição de cigarros sem pagar impostos.
A polícia mantém a investigação para identificar os líderes do esquema, bem como os comerciantes e distribuidores que compravam os produtos falsificados. O caso também será comunicado à Polícia Federal (PF), que poderá dar seguimento às apurações envolvendo contrabando e tráfico interestadual.
Volume apreendido e estimativa de lucro
De acordo com as autoridades, o maquinário, insumos e cigarros prontos apreendidos têm valor estimado em aproximadamente R$ 10 milhões. Só a matéria-prima (fumo) apreendida ultrapassou duas toneladas.
O delegado responsável afirmou que a fábrica clandestina exigia mão de obra especializada — o que explicaria a presença de trabalhadores paraguaios — e que o lucro mensal estimado chegava a R$ 2 a 4 milhões. A produção era distribuída não apenas pelo Ceará, mas também para outros estados do Nordeste e para São Paulo.
