A cidade de Milhã, localizada no Sertão Central do Ceará, enfrenta uma severa crise hídrica desde o início de novembro de 2024. O Açude Jatobá, principal fonte de abastecimento local, opera com apenas 6,7% de sua capacidade, conforme dados do Portal Hidrológico do Ceará atualizados em 19 de novembro.
A adutora Patu, situada em Senador Pompeu e tradicionalmente utilizada como alternativa em períodos de seca, encontra-se inoperante. Além disso, o projeto Malha D’água, que poderia fornecer uma solução, tem previsão de início de operação apenas entre março e abril de 2025.
Diante desse cenário, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) implementou um sistema de rodízio no abastecimento, resultando em fornecimento de água à população apenas três ou quatro dias por semana. A qualidade da água disponível também é motivo de preocupação, sendo considerada inadequada para consumo humano.
Em resposta à crise, a Prefeitura de Milhã iniciou a limpeza e reativação de poços profundos com água salobra e está em processo de licitação para contratação de carros-pipa, visando minimizar os impactos do desabastecimento. O prefeito Alan Macêdo estabeleceu uma Comissão Especial de Enfrentamento à Crise para planejar e executar medidas emergenciais.
A situação em Milhã reflete os desafios enfrentados por diversos municípios cearenses em relação à gestão hídrica, especialmente em períodos de estiagem prolongada. A reativação de poços profundos e a utilização de carros-pipa são medidas paliativas que buscam garantir o acesso à água para a população afetada.