Lula troca comando do Ministério das Mulheres: sai Cida Gonçalves, entra Márcia Lopes

Mais um capítulo da novela ministerial do governo Lula foi ao ar nesta segunda-feira (5), com direito a reviravolta e substituição de elenco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres e nomeou em seu lugar a assistente social e ex-ministra Márcia Lopes.

A troca, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, já era comentada nos bastidores de Brasília. Cida, que ocupava o cargo desde o início do terceiro mandato de Lula, acumulava desgastes internos e externos. Entre eles, acusações de assédio moral e xenofobia — arquivadas pela Comissão de Ética Pública da Presidência, mas que, politicamente, continuaram ecoando.

O Planalto, claro, não comenta publicamente pressões, mas a substituição parece uma tentativa de reposicionar o ministério em meio a críticas sobre baixa articulação e entregas tímidas. No xadrez político de Brasília, movimentar peças é tão comum quanto discursos sobre “governabilidade”.

A nova titular da pasta, Márcia Lopes, não é novata em cargos de destaque. Militante histórica do Partido dos Trabalhadores, já foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 2010, durante o segundo mandato de Lula, e também secretária-executiva da pasta. Além do currículo extenso, Márcia é irmã de Gilberto Carvalho, figura de confiança do presidente e ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

A nomeação marca a 12ª troca ministerial desde janeiro de 2023. Para um governo que prometia estabilidade administrativa, o número impressiona — e sugere que, na prática, as alianças nem sempre são tão sólidas quanto os discursos em cadeia nacional.

A posse de Márcia está prevista ainda para esta segunda-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto. Segundo fontes próximas ao governo, a nova ministra deve chegar com a missão de “reorganizar a casa” e fortalecer políticas públicas voltadas às mulheres, uma das bandeiras centrais do terceiro mandato de Lula — embora, até aqui, com pouco brilho e muita burocracia.

Cida Gonçalves, por sua vez, deixa o cargo sem alarde. Apesar das tensões, a saída foi selada com aquele típico “agradecimento pelos serviços prestados”, que no dicionário de Brasília pode significar qualquer coisa entre “foi ótima” e “já vai tarde”.

Para o governo, a esperança é que Márcia Lopes traga mais efetividade e menos ruídos. Para a oposição, mais uma oportunidade para criticar a “dança das cadeiras”. E para o público? Fica a torcida para que o Ministério das Mulheres, finalmente, ganhe protagonismo além do Diário Oficial.

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