O Vaticano viveu um dos momentos mais emblemáticos de sua história neste sábado (26), durante o funeral do Papa Francisco, na imponente Praça de São Pedro. A cerimônia, transmitida para o mundo inteiro, reuniu cerca de 250 mil fiéis e dezenas de líderes políticos e religiosos, em uma despedida à altura do pontífice que redefiniu o papel da Igreja no século XXI.
Francisco, o Papa do povo, como ficou conhecido, foi lembrado não apenas pela fé e humildade, mas pela capacidade de se colocar como uma ponte entre civilizações, religiões e ideologias — e sua despedida comprovou isso.
Autoridades políticas presentes:
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Donald Trump – Presidente dos Estados Unidos, acompanhado da primeira-dama Melania Trump;
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Joe Biden – Ex-presidente dos Estados Unidos, acompanhado da ex-primeira-dama Jill Biden;
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Volodymyr Zelensky – Presidente da Ucrânia;
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Emmanuel Macron – Presidente da França;
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Luiz Inácio Lula da Silva – Presidente do Brasil, acompanhado da primeira-dama Janja e do chanceler Mauro Vieira;
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Javier Milei – Presidente da Argentina, país natal do Papa Francisco;
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Rei Felipe VI e Rainha Letizia – Monarcas da Espanha;
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Príncipe William – Representando o rei Charles III do Reino Unido;
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Keir Starmer – Primeiro-ministro do Reino Unido;
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Ursula von der Leyen – Presidente da Comissão Europeia;
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António Guterres – Secretário-geral das Nações Unidas;
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António Costa – Presidente do Conselho Europeu.
Lideranças religiosas presentes:
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Patriarca Bartolomeu I – Igreja Ortodoxa de Constantinopla;
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Representantes do mundo islâmico e de comunidades judaicas;
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Líderes de igrejas evangélicas e protestantes.
A diversidade de presenças não foi mero protocolo. Ela refletiu o que o Papa Francisco sempre defendeu: uma Igreja aberta ao mundo, sem barreiras para o diálogo com diferentes povos, crenças e culturas.
Uma cerimônia de emoção contida e gestos simbólicos
A missa fúnebre foi presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, respeitando o rito tradicional de despedida de um pontífice. O caixão de madeira simples, como desejado por Francisco, foi carregado sob aplausos emocionados. Sobre ele, repousavam apenas um crucifixo e o brasão pontifício — sem os luxos dourados de outras épocas.
No rosto dos líderes mundiais e dos religiosos presentes, via-se um misto de respeito, gratidão e preocupação. A ausência de Francisco no cenário mundial deixa um vazio não apenas espiritual, mas também político: em tempos de guerra e polarização, sua figura era vista como um ponto de equilíbrio raro.
O velório aberto ao público havia durado três dias, com fiéis peregrinando dia e noite pela Basílica de São Pedro. No total, mais de 400 mil pessoas passaram para prestar sua homenagem pessoal.
Próximos passos para a Igreja Católica
Com o fim da cerimônia, a Igreja entra oficialmente no período da Sede Vacante — um momento de introspecção e preparação para a escolha do próximo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos no mundo.
O Conclave está agendado para começar no dia 7 de maio de 2025, reunindo cardeais de todos os continentes na Capela Sistina. A expectativa é de que o sucessor de Francisco tenha a difícil missão de equilibrar tradição e inovação, dando continuidade às reformas iniciadas, mas também pacificando setores mais conservadores que resistiram ao estilo reformista do papa argentino.
Um legado que transcende a religião
Francisco não foi apenas mais um Papa. Foi um construtor de pontes em um mundo erguido de muros.
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Promoveu a reaproximação entre Cuba e EUA;
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Buscou uma voz firme pela preservação do meio ambiente (Laudato Si’);
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Lutou pelos pobres e migrantes esquecidos;
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Defendeu a dignidade de todos, inclusive das minorias marginalizadas dentro e fora da Igreja.
Na Praça de São Pedro, enquanto as bandeiras tremulavam ao vento e os sinos ecoavam em Roma, o sentimento que pairava era claro: o mundo se despede de Francisco, mas seus gestos continuam vivos em cada luta por paz, justiça e compaixão.