Fumaça preta em Roma: primeiro escrutínio do conclave termina sem novo papa

Capela Sistina segue em suspense após sinal de que cardeais ainda não chegaram a consenso sobre o sucessor de Francisco

O Vaticano amanheceu sob olhares atentos nesta terça-feira (7), mas a fumaça preta que saiu da chaminé da Capela Sistina frustrou as expectativas dos fiéis: o primeiro escrutínio do conclave terminou sem a eleição do novo papa. O ritual centenário, marcado por sigilo absoluto e símbolos visuais, segue agora para novas votações, enquanto o mundo católico aguarda o nome do sucessor de Francisco.

A fumaça preta, tradicional sinal de que ainda não houve consenso entre os cardeais reunidos, apareceu pouco depois das 7h da manhã (horário de Brasília), encerrando o primeiro dia de deliberações. O resultado, embora esperado por especialistas no funcionamento do conclave, sempre gera um misto de expectativa e ansiedade entre fiéis, curiosos e observadores da política vaticana.

Ao todo, 120 cardeais eleitores estão reunidos desde ontem no interior da Capela Sistina. Cada um deles faz parte da minuciosa engrenagem de escolha que, por tradição, exige uma maioria qualificada de dois terços para que um novo pontífice seja eleito. A fumaça preta é gerada pela queima dos votos com produtos químicos que impedem o surgimento da cor branca — reservada ao momento em que um novo papa é oficialmente escolhido.

A sucessão de Francisco, que renunciou ao cargo por motivos de saúde, promete ser um processo denso e estratégico. O perfil do novo líder da Igreja Católica pode representar tanto uma continuidade dos rumos do pontificado anterior quanto uma guinada mais conservadora, em resposta a pressões internas e externas vividas pela Santa Sé nos últimos anos.

Observadores internacionais apontam que nomes como o do cardeal Matteo Zuppi (Itália), do canadense Marc Ouellet e do filipino Luis Antonio Tagle despontam como favoritos, mas o resultado é sempre imprevisível. Conclaves já consagraram figuras inesperadas antes, como o próprio Francisco, eleito em 2013 após apenas cinco votações.

Enquanto isso, fiéis se concentram na Praça de São Pedro, alguns em vigília e oração, outros à espera de mais um aceno visual do Vaticano. Redes de TV do mundo inteiro transmitem imagens em tempo real da chaminé, numa mistura de fé e espetáculo que apenas o Vaticano é capaz de orquestrar.

Com novas votações previstas para os próximos dias, o mistério permanece. Por ora, Roma envia ao mundo sua resposta em preto e branco — e a fumaça, por enquanto, permanece escura.

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