Fortaleza se despede de Jaspe Esmeralda, a cachorrinha estátua que encantava o Centro

Companheira inseparável de artista de rua, ela virou símbolo de afeto, arte e resistência urbana

Fortaleza amanheceu mais silenciosa nesta terça-feira (7). Faleceu Jaspe Esmeralda, a cachorrinha que há anos encantava quem passava pelo Centro da cidade ao participar de performances ao lado do artista de rua Igor Barreto. Ao permanecer imóvel, pintada de dourado, junto ao dono, Jaspe virou símbolo da arte de rua cearense — e do vínculo sincero entre homem e animal.

A morte da cadela foi confirmada pelo próprio Igor, que usou suas redes sociais para prestar homenagem emocionada à parceira de palcos improvisados. “Minha princesa virou estrela. Obrigado por tudo, Jaspe Esmeralda”, escreveu, junto a fotos e vídeos que viralizaram nas redes.

Jaspe não era apenas uma figurante nas performances. Era presença magnética: chamava a atenção de adultos, fazia crianças pararem para olhar e despertava sorrisos em meio à correria do cotidiano urbano. Seu olhar calmo e postura firme, mesmo em meio ao barulho da cidade, demonstravam um treinamento cuidadoso e uma confiança construída com afeto.

A história da dupla se tornou conhecida além das ruas de Fortaleza. Vídeos das apresentações circularam em perfis de cultura, turismo e bem-estar animal, acumulando milhões de visualizações. Para muitos, Jaspe representava mais do que um talento canino — era um sopro de ternura na rotina agitada do Centro.

Artistas de rua, protetores de animais e cidadãos comuns lamentaram a partida. A Secretaria da Cultura do Ceará também se manifestou, destacando o papel de Jaspe na valorização da arte urbana e na promoção do cuidado com os animais. “Ela era patrimônio afetivo da cidade”, resumiu um comentário nas redes sociais.

A causa da morte não foi divulgada, mas o artista informou que Jaspe já vinha enfrentando problemas de saúde. Mesmo assim, participou de apresentações até recentemente, sempre ao lado do dono. Igor anunciou que vai manter suas performances, agora com um novo figurino em homenagem à companheira.

O luto coletivo pela cadela revela o quanto a arte pode surgir em qualquer esquina — e como um gesto simples, como o de uma cachorrinha parada ao lado de uma estátua viva, pode marcar a memória afetiva de uma cidade inteira.

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