Embora ainda não haja anúncio oficial, nos bastidores da política cearense e nacional, a filiação do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, à federação que unirá o Progressistas (PP) e o União Brasil já é considerada uma carta praticamente jogada na mesa. A chamada “União Progressista” — nome provisório do novo bloco — deve ser oficializada ainda este mês e promete chegar com força ao Congresso Nacional, reunindo 109 deputados federais e se tornando, de cara, a maior bancada da Câmara.
Na manhã desta terça-feira, 08, Roberto Cláudio esteve em São Paulo participando do Fórum O Otimista Brasil, evento que reuniu nomes de peso da política nacional para discutir temas quentes, com destaque para segurança pública — pauta que, curiosamente, anda na crista da onda do debate eleitoral.
O ex-prefeito dividiu o palco com ninguém menos que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas e um dos principais articuladores da federação. Com sorrisos e elogios públicos, Roberto não economizou na diplomacia: “Ciro é uma das figuras mais respeitadas e influentes da política brasileira. Estar ao lado dele neste debate é um privilégio”, afirmou, entre uma fala sobre segurança e outra sobre o Brasil que (ainda) sonha em funcionar.
Para os observadores mais atentos, o gesto de Roberto Cláudio soa menos como cortesia institucional e mais como ensaio geral para uma entrada oficial no palco da nova federação. Sua presença no evento, lado a lado com a cúpula progressista, reforça os rumores de que ele já escolheu seu próximo ninho político — e, convenhamos, não é o tipo de coincidência que se vê por acaso em ano pré-eleitoral.
A entrada de Roberto Cláudio na União Progressista é vista como estratégica tanto para ele quanto para a federação. Do lado do ex-prefeito, é a chance de reposicionar-se no tabuleiro nacional e estadual, com vistas a 2026. Do lado do bloco partidário, é a oportunidade de atrair um nome com experiência administrativa, articulação política e boa projeção regional no Nordeste.
Enquanto a filiação não é oficializada, o clima segue de suspense calculado — aquele clássico da política brasileira em que todos já sabem o desfecho, mas fazem de conta que estão “aguardando os próximos capítulos”.
No mais, a União Progressista vem aí, carregando no nome a esperança de modernidade e eficiência, mas com um DNA firmemente calcado nos velhos e conhecidos mecanismos de poder. E Roberto Cláudio, ao que tudo indica, será um dos rostos à frente dessa nova engrenagem.