Mais de 25 linhas de ônibus foram suspensas em Fortaleza nesta segunda-feira (29), pegando os passageiros de surpresa e sobrecarregando os terminais. A medida foi tomada pelas empresas de transporte coletivo sem autorização da Prefeitura, segundo informou a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).
Decisão unilateral das empresas
Em nota, a Etufor afirmou que “nenhuma modificação foi autorizada ou programada oficialmente”. A Prefeitura ainda destacou que repassa mensalmente cerca de R$ 16 milhões às empresas do setor. Nos bastidores, fontes afirmam que a suspensão busca pressionar o município por novos subsídios ou redução de custos operacionais.
Justificativa do Sindiônibus
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Fortaleza (Sindiônibus) defendeu a medida, classificando-a como “indispensável” diante do desequilíbrio financeiro. Segundo a entidade, os cortes foram definidos após estudos técnicos sobre frota, rotas e custos, com o objetivo de garantir o pagamento de salários e a manutenção mínima do serviço.
Impactos para os passageiros
A retirada das linhas gerou lotação nos terminais e atrasos para trabalhadores e estudantes. Muitos usuários afirmaram ter sido informados apenas no momento da viagem. A operadora de telemarketing Raquel Andrade contou que dependia do Expresso Antônio Bezerra/Parangaba (091) e agora terá apenas uma opção para chegar ao trabalho.
Outro passageiro relatou dificuldades com a retirada da linha 1310, que ligava o Siqueira ao Hospital Universitário. “Agora vou ter que ir para outro terminal e pegar um ônibus sempre lotado, com risco até de cair”, desabafou.
Linhas suspensas em Fortaleza
Entre as linhas interrompidas estão rotas importantes como 014 (Aguanambi 2/Rodoviária), 020 (Campus do Pici), 091 (Expresso Antônio Bezerra/Parangaba), 400 (Osório de Paiva/Siqueira) e 903 (Papicu/Varjota/Centro). Ao todo, 25 linhas foram paralisadas, afetando diferentes bairros da capital.
Debate sobre transporte público
A situação reabre o debate sobre o financiamento do transporte coletivo em Fortaleza, tema que já vinha sendo discutido entre empresas, sindicato e poder público. Para especialistas, a suspensão de linhas demonstra a fragilidade do modelo atual, que depende fortemente do equilíbrio entre tarifa, subsídios e custos crescentes de operação.
Enquanto isso, passageiros enfrentam incertezas e dificuldades para se deslocar, aguardando uma solução entre Prefeitura e empresas para a retomada das linhas suspensas.
