Ciro acena a RC, mas mantém carta na manga: pode ser ele o candidato ao Governo

Líder pedetista manifesta apoio à pré-candidatura de Roberto Cláudio, mas confidencia a aliados que pode entrar no jogo de 2026

O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) voltou ao centro das especulações políticas no Ceará após sinalizar, com sua habitual ambiguidade estratégica, que pode vir a ser o nome do partido para disputar o Governo do Estado em 2026. Apesar de expressar preferência pela pré-candidatura do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), Ciro confidenciou a deputados estaduais e federais da legenda que não descarta se lançar como alternativa.

A declaração, feita em reunião a portas fechadas com a bancada pedetista, caiu como uma peça de xadrez reposicionada em meio a um tabuleiro em constante movimento. Ciro, que saiu enfraquecido da última eleição presidencial, parece agora buscar recuperar protagonismo local, ainda que sem romper com o projeto que já vinha sendo construído em torno de RC.

Segundo relatos de bastidores, o ex-ministro teria dito que está “à disposição do grupo” e que só entraria na disputa caso fosse necessário para garantir a unidade interna e a competitividade da legenda. O recado, no entanto, foi interpretado por alguns aliados como um alerta: o cacique segue no comando e deseja manter margem de manobra até a reta final da definição.

Roberto Cláudio, por sua vez, continua sua pré-campanha em ritmo moderado, evitando confrontos diretos e apostando no apoio da militância pedetista. Ex-prefeito com forte articulação nacional e experiência em gestão, RC é visto como o nome natural do partido — mas agora terá que conviver com a sombra do “plano B” chamado Ciro.

Analistas políticos avaliam que a movimentação tem dois objetivos: preservar o capital político de Ciro, caso o cenário eleitoral exija uma figura mais conhecida, e testar a capacidade de Roberto Cláudio de consolidar apoios dentro e fora do PDT. Em uma conjuntura de alianças fluidas, onde federações e interesses regionais pesam cada vez mais, manter alternativas em aberto é uma tática que o grupo Ferreira Gomes domina com habilidade.

A possibilidade de Ciro voltar a disputar o Governo também foi recebida com cautela por outras forças políticas do estado. Governistas observam a movimentação com atenção, enquanto opositores avaliam que a eventual candidatura de Ciro pode acirrar ainda mais a disputa em 2026, dividindo o eleitorado de centro-esquerda e ampliando o espaço para nomes de fora do tradicional bloco governista.

No fim, o gesto de apoio a RC com um pé na própria candidatura mostra que, em política, nem tudo é o que parece — e que, no Ceará, as eleições sempre começam bem antes do calendário oficial.

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