Em meio ao silêncio estratégico que cerca as articulações para as eleições de 2026, o senador Cid Gomes (PSB) resolveu dar um leve aceno ao futuro — com aquela elegância política de quem comenta o óbvio tentando parecer que não está comentando nada. Durante entrevista concedida nesta semana, o ex-governador cearense reafirmou, mais uma vez, seu compromisso com o deputado federal Júnior Mano (PL), apontando-o como o seu nome preferido para disputar uma vaga no Senado, caso o PSB integre a chapa majoritária.
“Eu só tenho uma palavra na minha vida”, disse o senador, em tom solene, como quem sela um pacto sagrado. Segundo ele, apesar de evitar alimentar debates antecipados sobre 2026, o compromisso com Júnior Mano está mantido — e muito bem guardado, obrigado. “Esse é um assunto interno que eu, por compromisso e por transparência, deixei público. Mas isso não quer dizer que eu vá todo dia defender essa questão, até porque seria incoerente com o que eu penso. Agora é a hora da gente cumprir as nossas responsabilidades”, declarou.
Ou seja, Cid defende Júnior Mano, mas com moderação. Nada de campanha disfarçada sob o pretexto de entrevistas — pelo menos por enquanto.
Na mesma linha, o senador reforçou que o apoio ao deputado não é apenas uma simpatia eventual, mas sim um acordo firmado nos bastidores políticos, com direito a aperto de mãos e, possivelmente, cafezinho. “Eu tenho compromisso com o Júnior Mano, que é claro: se o PSB tiver uma posição na chapa majoritária, eu defenderei que seja o nome dele. Isso é um compromisso de quem tem palavra”, pontuou.
Apesar do tom comedido, a fala de Cid tem um peso considerável nos bastidores. Reconhecido como uma das figuras mais experientes da política cearense, o senador não costuma fazer declarações gratuitas. Quando fala, é porque algo está sendo mexido — mesmo que discretamente — nos tabuleiros regionais.
Júnior Mano, por sua vez, ganha mais uma chancela pública de um aliado de peso, mesmo que o presente ainda esteja oficialmente reservado para “cuidar das coisas”, como disse Cid. “Temos um bocado de coisa pra fazer”, completou o senador, como quem lembra que o presente também tem suas urgências — e, claro, sua utilidade para moldar o futuro.
Embora as eleições de 2026 ainda estejam longe no calendário, nos corredores políticos o relógio já começou a bater adiantado. E a fala de Cid, ainda que envolta num discurso de foco administrativo, soa como um recado sutil, porém firme, de que sua palavra — e seu apoio — já têm dono.