Cid Gomes detona juros altos em sessão com Campos Neto: “É uma mamata para os bancos”

O senador Cid Gomes (PSB-CE) não poupou críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante sessão no Senado Federal realizada nesta terça-feira (16). Em um tom direto e incisivo, Cid classificou a política de juros praticada pelo país como uma “mamata” que favorece o sistema financeiro em detrimento da população.

A fala ocorreu durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde Campos Neto prestava esclarecimentos sobre a atual taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,75% ao ano. Para o senador cearense, os juros elevados representam um obstáculo direto ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social do Brasil.

“Essa política de juros altos é uma mamata para os bancos e um veneno para quem quer empreender, para quem quer gerar emprego, para quem quer produzir. O país não aguenta mais essa engrenagem que só funciona para o andar de cima”, disparou Cid.

O senador ainda cobrou mais sensibilidade do Banco Central diante do cenário social do país, citando a necessidade de crédito mais acessível para pequenas empresas e setores produtivos. “Enquanto o país tenta respirar, a política monetária do Banco Central sufoca quem mais precisa”, completou.

Roberto Campos Neto, por sua vez, argumentou que a manutenção da taxa está relacionada ao combate à inflação e à credibilidade do sistema monetário. Ele reforçou que há sinalizações para cortes graduais, mas que é necessário cautela diante do cenário fiscal.

O embate entre Cid Gomes e Campos Neto expôs, mais uma vez, a tensão entre o Legislativo e a autoridade monetária, sobretudo com relação ao modelo de autonomia do Banco Central — aprovado em 2021 — e sua relação com a política econômica do governo federal.

As críticas do senador cearense repercutiram rapidamente nas redes sociais, onde ele foi elogiado por setores da esquerda e do empresariado de pequeno porte, mas também foi alvo de críticas de defensores da atual política monetária.

A discussão acalorada evidencia que o tema dos juros segue sendo um dos mais sensíveis e polarizadores no debate político-econômico do país.

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