Projeto piloto começa ainda em 2025 e promete revolucionar o setor com menos resíduos, mais produtividade e inovação
O Ceará será pioneiro ao receber o primeiro polo de construção civil industrializada do Brasil, o Offsite Park-CE, uma iniciativa do Instituto de Tecnologias de Industrialização das Edificações (ITIE). A proposta é transformar o modo como as edificações são feitas, substituindo o tradicional canteiro de obras pela fabricação de partes modulares em galpões industriais, que depois são montadas no local da construção.
Como vai funcionar o Offsite Park-CE?
O polo será instalado em Fortaleza, no bairro Barra do Ceará, com início em caráter piloto ainda no final de 2025, na Avenida Francisco Sá. Inicialmente, duas empresas vão fabricar kits hidráulicos e elétricos prontos, que serão transportados para montagem. O espaço é cedido pela FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) e, nesta fase, não haverá cobrança de aluguel.
Na segunda etapa do projeto, passarão a ser produzidos banheiros pré-fabricados e fachadas industrializadas. Por fim, o polo deverá ser capaz de entregar edificações completas, totalmente industrializadas.
Benefícios: menos custo, mais eficiência e sustentabilidade
A proposta oferece redução de custos de até 20% e um aumento de produtividade em até oito vezes. Além disso, a geração de resíduos no processo é 90% menor em comparação com a construção tradicional.
O modelo também responde a um problema crescente do setor: a escassez de mão de obra qualificada. Com o uso de tecnologias como modelagem digital, robótica e realidade aumentada, o projeto busca atrair novos profissionais e modernizar a cadeia produtiva da construção civil.
Um modelo para o futuro da construção
De acordo com Gilberto de Freitas, diretor-geral do ITIE, o polo chega em um momento em que o setor precisa se reinventar: “O modelo baseado só na construção tradicional depende do ‘peão de obra’. No futuro, os jovens não se interessarão por andaimes e betoneiras. Eles serão atraídos por tecnologia, inovação e processos industriais”.
O projeto também se alinha às diretrizes ambientais, já que a construção civil responde por mais de 21% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
