Estado acompanha tendência nacional, com mais de 8 mil aparelhos recuperados em 2024
O Ceará apresentou uma redução de 12,4% nos casos de roubos e furtos de celulares entre 2023 e 2024, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 24 de julho. O total de ocorrências caiu de 39.084 para 34.392. A tendência acompanha o cenário nacional, que registrou queda de 12,6% nesse tipo de crime.
Perfil dos crimes e das vítimas
Entre os roubos, 79,6% aconteceram em vias públicas, com maior incidência às sextas e sábados. As principais vítimas são homens (59,1%). Já os furtos, mais comuns aos finais de semana, ocorreram em 43,7% dos casos em espaços públicos, com mulheres representando 50,2% das vítimas.
No ranking nacional, o Ceará ficou em 9º lugar em números absolutos e em 3º na região Nordeste, atrás de Bahia (72.133) e Pernambuco (48.086). Fortaleza aparece em 20º lugar entre as cidades com maior taxa proporcional, com 907,2 crimes por 100 mil habitantes.
Iniciativas de combate ao crime
A redução é atribuída a iniciativas como o programa “Meu Celular”, lançado em abril de 2024 pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A ferramenta permitiu a recuperação de 8.942 celulares até julho. Além disso, a atuação das forças de segurança resultou na prisão de quadrilhas especializadas, como ocorreu em Fortaleza, onde 100 aparelhos foram apreendidos em março.
A SSPDS também destaca o reforço do policiamento em eventos e datas comemorativas, além da importância do cadastro dos aparelhos na plataforma “Meu Celular” e no programa federal “Celular Seguro”.
Causas da redução: tecnologia, policiamento e comportamento
Segundo o sociólogo e pesquisador César Barreira, o recuo nas estatísticas reflete uma combinação de ações públicas e mudanças no comportamento da população. Ele destaca o aumento do uso de câmeras de segurança, cercas elétricas e a prudência dos usuários em locais de risco como fatores que dificultam a ação criminosa.
“Hoje o criminoso calcula o risco. A chance de prisão ou morte influencia na decisão de cometer o delito”, afirma Barreira, destacando que a violência tem alterado profundamente a sociabilidade urbana.