O Ceará tem avançado de forma significativa na expansão da rede de esgotamento sanitário. Desde maio de 2023, quando entrou em operação a maior Parceria Público-Privada (PPP) do setor no Brasil, a Cagece e a Ambiental Ceará já implantaram mais de 479 km de novas redes de esgoto, com investimento de R$ 1,5 bilhão. O objetivo é universalizar o serviço até 2033, conforme estabelece o Marco Legal do Saneamento Básico.
Expansão e melhorias no sistema
Além da implantação das redes, 193 equipamentos do sistema foram revitalizados, incluindo Estações de Tratamento (ETEs) e Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs). Mais de 67 mil imóveis já contam com infraestrutura para se conectar ao sistema, modificando o cenário urbano em regiões antes carentes, como Missão Velha, no Cariri.
Com investimento total previsto de R$ 6,5 bilhões, a PPP vai beneficiar 24 municípios das regiões metropolitanas de Fortaleza e Cariri, incluindo a capital. Até dezembro de 2025, a meta é alcançar 700 km de redes, três novas ETEs e 70 EEEs, ampliando a cobertura para mais de 200 mil pessoas.
Impacto na saúde e qualidade de vida
A falta de saneamento básico é um dos principais fatores para a propagação de doenças. Estudos do Instituto Trata Brasil indicam que a universalização da coleta e tratamento de esgoto pode gerar uma economia de R$ 1,2 bilhão em custos de saúde até 2040, reduzindo internações por doenças de veiculação hídrica e respiratória.
Em Fortaleza, por exemplo, a substituição de 1,6 km de coletor-tronco no bairro Antônio Bezerra utilizou o Método Não Destrutivo (MDN), tecnologia que diminui a necessidade de escavações, reduzindo transtornos à população.
Monitoramento em tempo real
A parceria também investe em inovação. Nos Centros de Operações Integradas (COI), instalados em Fortaleza, Maracanaú e Juazeiro do Norte, a operação é monitorada 24 horas por dia. O acompanhamento em tempo real de mais de 450 unidades operacionais permite prevenir extravasamentos e melhorar a eficiência do sistema.
Desafios para universalizar o serviço
Apesar dos avanços, um dos principais desafios está na adesão da população. Muitos moradores ainda resistem a se conectar à rede, o que compromete o objetivo de tratar todo o esgoto coletado. Para a Ambiental Ceará, a conscientização é essencial para que o investimento se converta em saúde e preservação ambiental.
“A interligação das residências ao sistema é a garantia de que o esgoto será devidamente tratado, evitando danos ao meio ambiente e melhorando a qualidade de vida das famílias”, destacou André Bicca, diretor-presidente da Ambiental Ceará.
