Assembleia do Ceará aprova manifesto contra carta de Trump a Lula

Deputados estaduais reagem à ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e reforçam defesa da soberania nacional

A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) aprovou, nesta quinta-feira (10), um manifesto em repúdio à carta enviada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto rechaça a ameaça de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF e às ações do governo federal contra plataformas digitais.

A carta foi considerada pela Alece uma “ameaça à soberania brasileira” e resultou em uma convocação para que os parlamentares cearenses assumissem “publicamente o compromisso de defesa do Brasil”.

Manifesto é suprapartidário e terá repercussão nacional

O documento, intitulado “Manifesto em Defesa do Brasil”, foi redigido pelo presidente da Alece, Romeu Aldigueri (PSB), com coautoria do deputado Salmito (PSB). O texto recebeu o apoio de mais de 30 parlamentares. Apenas oito deputados votaram contra, incluindo Carmelo Neto (PL) e Sargento Reginauro (União).

Aldigueri anunciou que o manifesto será enviado ao Colégio de Presidentes das Assembleias Legislativas do Brasil. “Esse é um posicionamento além de ideologias. Visa exclusivamente a defesa da soberania nacional”, afirmou o parlamentar no plenário.

Repercussão nas redes e tensão política

Nas redes sociais, o presidente da Alece condenou veementemente a carta de Trump, afirmando que “o Brasil é uma democracia com leis” e que “os brasileiros não são capachos de autocratas”.

A tensão aumentou após a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, dominada pela oposição, aprovar uma moção de louvor a Trump. O requerimento, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), exaltou o ex-presidente dos EUA como “exemplo a ser seguido” na defesa da liberdade.

Tarifa de 50% acirra atrito comercial entre Brasil e EUA

Na carta, Trump afirmou que o Brasil “não tem sido bom” com os EUA e anunciou que, a partir de 1º de agosto, imporá uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Ele criticou o julgamento de Bolsonaro, classificando-o como uma “vergonha internacional”.

Em resposta, Lula declarou que medidas unilaterais de aumento tarifário serão respondidas à luz da Lei de Reciprocidade Econômica.

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