Consumidora já havia recebido orçamento anterior de R$ 4,8 mil; Enel afirma que fará retirada da estrutura até domingo (14)
Uma moradora do Crato, no Cariri cearense, voltou a enfrentar dificuldades após receber uma cobrança de R$ 15,4 mil da Enel Ceará para a remoção de um poste de alta tensão instalado em frente à garagem de sua residência. O caso ganhou repercussão após a consumidora, Kelli Cristina da Silva Ferreira Rocha, relatar que não possui condições financeiras para arcar com os custos.
Histórico da cobrança
De acordo com documentos acessados pelo g1, a primeira cobrança ocorreu em 2021, quando o orçamento foi de R$ 4,8 mil. Três anos depois, em 2024, com nova solicitação da moradora, o valor triplicou, chegando a R$ 15,4 mil.
A Enel explicou que os cálculos seguem a Resolução nº 1000/2021 da Aneel, que define que o consumidor deve arcar com despesas referentes à remoção ou deslocamento de postes e redes elétricas. Porém, a norma também estabelece que, em casos de instalação irregular pela distribuidora, a responsabilidade dos custos é da empresa.
Situação da moradora
Kelli Cristina relata que conquistou a residência por meio do programa Minha Casa Minha Vida e não tem condições de arcar com o valor cobrado. “Eu não tenho esse dinheiro. Minha filha está desempregada e só moramos nós duas nessa casa”, desabafou.
Ela explica que, desde a entrega do imóvel, havia um poste menor na frente da garagem. Após solicitar sua retirada, a Enel substituiu a estrutura por um poste de alta tensão, que impede o acesso ao espaço.
Nota da Enel
Em nota, a Enel Ceará informou que realizou vistoria no local e que a remoção do poste será feita até domingo (14). A empresa reforçou que segue critérios técnicos e de segurança na instalação da rede elétrica, mas que está aberta para avaliar casos específicos e buscar soluções que reduzam transtornos aos clientes.
O orçamento enviado também oferecia à consumidora a opção de contratar uma empresa legalmente habilitada para realizar a obra, desde que não houvesse interferência na rede elétrica da distribuidora. Contudo, o prazo para essa escolha expirou, exigindo novo pedido.
Debate sobre responsabilidade
O caso levanta discussões sobre a responsabilidade da distribuidora em situações de impacto direto na vida dos consumidores, especialmente em imóveis populares. O episódio também evidencia a dificuldade de famílias de baixa renda em lidar com custos elevados para resolver problemas de infraestrutura.

