Olá, sejam bem-vindos a mais um episódio da nossa série Comunicação Digital & Eleições 2026. Hoje o tema é fundamental para quem está na vida pública: como se comunicar estrategicamente fora do período eleitoral. Para esse bate-papo, convidamos a Talita Lima, professora, conteudista e consultora em gestão de imagem e presença digital.
Por que é tão importante investir em comunicação mesmo em anos não eleitorais?
Porque reputação se constrói com constância. A população quer políticos presentes, acessíveis e coerentes. Se a comunicação só aparece em período de campanha, soa como interesse — e o eleitor percebe isso.
Qual é a diferença entre comunicação de mandato e comunicação eleitoral?
A comunicação de mandato é institucional, voltada à prestação de contas e ao relacionamento com a sociedade. Já a comunicação eleitoral é persuasiva, voltada à conquista do voto. Mas ambas precisam estar alinhadas em discurso, linguagem e imagem.
Quais pilares são essenciais para construir uma reputação sólida fora do período eleitoral?
Três pontos: autoridade, ou seja, demonstrar domínio do que se fala; proximidade, que é ouvir e dialogar com a população; e consistência, que envolve manter uma presença contínua e coerente, seja nas redes, na imprensa ou nas ações.
Como manter presença digital ativa sem parecer que está “fazendo campanha”?
Basta focar no conteúdo de valor. Mostre bastidores, explique decisões, fale sobre temas que impactam a população. Use linguagem acessível e evite o tom de autopromoção. Educação política é bem-vista; propaganda disfarçada, não.
A imprensa ainda tem papel relevante na construção de imagem ou as redes sociais dominaram?
A imprensa segue sendo fundamental, especialmente para credibilidade. Redes sociais dão alcance e velocidade, mas matérias positivas ou entrevistas em veículos respeitados reforçam autoridade. O ideal é combinar os dois mundos.
O que é “autoridade digital” e como se constrói isso na política?
É ser reconhecido como uma voz confiável e relevante dentro do seu nicho ou território. Para construir isso, o político precisa ter pauta, produzir conteúdo útil e estar onde o povo está — seja online ou offline.
Quais são os principais erros que os políticos cometem na comunicação entre eleições?
Sumir das redes, não responder ao público, ignorar críticas e manter perfis apenas com fotos protocolares. Isso transmite distanciamento e falta de interesse real pela população.
Você acredita que o eleitor está mais atento ao comportamento político fora do ciclo eleitoral?
Sem dúvida. Com as redes sociais, o acompanhamento é diário. O eleitor moderno cobra postura, posicionamento e presença contínua — e quem ignora isso perde relevância.
Dá para começar do zero? Um político ou gestora pública que nunca investiu nisso ainda pode construir autoridade?
Claro! Nunca é tarde para começar. O segredo é ter um plano editorial claro, comunicar com verdade e estabelecer metas de médio e longo prazo. Reputação leva tempo, mas é 100% possível construir.
Para fechar: qual seria sua dica de ouro para quem quer se posicionar bem antes de 2026?
Comece agora. Tenha uma pauta clara, publique com frequência e esteja disposto a dialogar. Quem planta presença hoje, colhe voto amanhã.