Começa o conclave no Vaticano: cardeais se reúnem para escolher novo papa em meio a fumaça, fé e geopolítica

As portas da Capela Sistina se fecharam oficialmente nesta quarta-feira (7), marcando o início do conclave que definirá quem será o sucessor de Francisco, o papa latino-americano que conquistou o mundo e desafiou setores conservadores da Igreja com seu viés mais progressista. Agora, com 133 cardeais de 71 países trancados (literalmente) e sob juramento de sigilo, a missão é simples no papel e complexa no mundo real: eleger o novo líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos.

Ritos, fumaça e votos secretos

O processo começou com a tradicional missa “Pro Eligendo Pontifice”, celebrada na Basílica de São Pedro, como manda o figurino vaticano. Depois disso, os cardeais seguiram em procissão até a Capela Sistina, onde juraram segredo absoluto sobre o que acontece entre aquelas paredes com afrescos de Michelangelo — que, aliás, já testemunharam algumas das decisões mais delicadas da Igreja.

A primeira votação já aconteceu, e todos os olhos se voltam para a chaminé: fumaça preta significa “nada feito”, enquanto a esperada fumata branca será o sinal de que um novo papa foi escolhido.

Regras rígidas e possibilidades abertas

Para alguém ser eleito, precisa obter pelo menos dois terços dos votos — ou seja, 89 votos dos 133 cardeais presentes. Caso nenhum nome atinja essa maioria nas primeiras rodadas, os cardeais seguem votando até que o consenso, o cansaço ou a inspiração divina resolvam a equação.

São permitidas até quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde. Em média, um conclave moderno leva de dois a cinco dias. Mas com tantos interesses geopolíticos e perfis distintos em jogo, o processo pode se estender.

Quem são os favoritos?

Entre os nomes mais cotados estão o italiano Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, que poderia ser o primeiro papa asiático. Outros nomes circulam discretamente entre os corredores da imprensa especializada — e nos corredores da Capela Sistina, em latim baixo.

A peculiaridade é que cerca de 80% dos cardeais eleitores foram nomeados por Francisco, o que aumenta as chances de continuidade de uma linha progressista na liderança da Igreja.

O mundo espera o “Habemus Papam”

Assim que o nome for escolhido, a fumaça branca subirá e, logo depois, o cardeal protodiácono anunciará da sacada da Basílica: “Habemus Papam!”. O novo líder, então, surgirá diante do mundo, provavelmente sorrindo — e já com uma agenda que inclui reforma interna, diálogo com outras religiões, conflitos globais e, claro, reorganização das paróquias locais.

Até lá, seguimos atentos à chaminé e às especulações. O céu de Roma é azul, mas os olhos seguem na fumaça.

Compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos lhe proporcionar a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.