Bolsonaro recebe alta após três semanas internado e já promete presença em ato pró-anistia

Depois de 23 dias internado e uma cirurgia que durou mais de 12 horas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta do Hospital DF Star, em Brasília, neste domingo (4). A internação, marcada por boletins médicos e silêncio estratégico, chega ao fim com um velho conhecido roteiro: críticas ao Supremo, agradecimentos à equipe médica e planos de agenda pública antes mesmo da liberação do médico.

Cirurgia, recuperação e um “milagre”

Bolsonaro foi internado em 13 de abril, com um quadro de obstrução intestinal — mais um episódio ligado às complicações da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Submetido a uma cirurgia de emergência, o ex-presidente passou sete dias na UTI e seguiu em observação até este domingo.

Segundo os médicos, o ex-chefe do Executivo passou por nutrição parenteral, fisioterapia diária e uma série de cuidados para evitar trombose e outras intercorrências. A recomendação da equipe médica é clara: evitar aglomerações, manter dieta regrada e respeitar o tempo de recuperação. Mas Bolsonaro, como se sabe, não é exatamente fã de repouso.

Ao sair do hospital, o ex-presidente classificou sua recuperação como um “milagre de Deus” e agradeceu aos profissionais de saúde. Logo em seguida, abriu espaço para a crítica política.

Alvo favorito: STF

No mesmo pronunciamento, Bolsonaro não perdeu a oportunidade de alfinetar o ministro Alexandre de Moraes, a quem tem dedicado boa parte de suas críticas recentes. O ex-presidente voltou a defender anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, reafirmando que “o povo brasileiro quer paz, não perseguição política”.

Agenda já em andamento

Apesar das recomendações médicas, Bolsonaro anunciou que pretende participar da Marcha Pacífica da Anistia Humanitária, marcada para a próxima quarta-feira (7), em Brasília. O ato, promovido por apoiadores do ex-presidente, visa pressionar o Congresso Nacional a conceder perdão aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes no início do ano passado.

A decisão de comparecer a um evento com grande público, dias após sair do hospital, parece seguir o manual não oficial do bolsonarismo: recuperação rápida, palco político imediato e embate direto com as instituições.

Disputa de narrativas

A volta de Bolsonaro ao circuito político ocorre em um momento de tensão entre seus apoiadores e o STF. A tentativa de reativar sua base em torno do discurso da anistia e do “Estado perseguidor” revela que, mesmo longe do Palácio do Planalto, o ex-presidente ainda aposta na mobilização de rua como trunfo político — com ou sem liberação médica.

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