O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, fechou o mês de abril de 2025 com alta de 0,43%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice mostra uma desaceleração em relação ao mês de março, quando havia registrado avanço de 0,64%.
Apesar do alívio vindo da redução nos preços de passagens aéreas e combustíveis, o setor de alimentos e bebidas voltou a pesar no bolso do consumidor, com uma alta de 1,14%, marcando o oitavo mês consecutivo de aumento no grupo. Entre os principais vilões da inflação estão o tomate (32,67%), o café moído (6,73%) e o leite longa-vida (2,44%).
No acumulado de 12 meses, a inflação medida pelo IPCA-15 chegou a 5,49%, o maior patamar para o período em mais de dois anos, e bem acima da meta de 3% perseguida pelo Banco Central, cujo teto de tolerância é de 4,5%. Especialistas apontam que o mercado de trabalho aquecido e a desvalorização do real ainda mantêm o cenário de inflação desafiador.
Outro fator de pressão veio do grupo saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de 0,96%, puxada principalmente pelos reajustes de medicamentos — autorizados em até 5,09% no fim de março — e pela elevação nos preços de planos de saúde.
No sentido contrário, a maior contribuição para o alívio no índice de abril veio das passagens aéreas, com queda de 14,38%, e também de combustíveis como etanol (-0,95%) e gasolina (-0,29%).
Diante do cenário inflacionário, analistas do mercado financeiro projetam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual na reunião de maio, levando os juros básicos de 14,25% para 14,75% ao ano.