Em um marco histórico para a inclusão no ensino superior, o Governo do Estado do Ceará e o Centro Universitário Fametro (Unifametro) realizaram o primeiro vestibular exclusivo para indígenas no estado. A iniciativa inédita reforça o compromisso com a promoção da equidade racial, social e educacional, ampliando o acesso de povos originários ao ensino superior privado com apoio institucional.
O processo seletivo, voltado exclusivamente para indígenas cearenses, é fruto de uma parceria entre a Secretaria da Igualdade Racial (Seir), a Secretaria da Educação (Seduc) e a Unifametro. A seleção ofereceu 80 vagas gratuitas em cursos de graduação, como Enfermagem, Administração, Direito, Ciências Contábeis e outros, todos com bolsas integrais.
As provas foram realizadas com adaptações culturais e linguísticas, respeitando a diversidade dos povos indígenas do Ceará, entre eles os Tapeba, Tremembé, Anacé, Jenipapo-Kanindé, Pitaguary, entre outros. O edital também previu atendimento diferenciado e apoio logístico para candidatos que residem em aldeias e localidades de difícil acesso.
A secretária da Igualdade Racial do Ceará, Zelma Madeira, destacou a importância simbólica e prática do vestibular. “Estamos abrindo portas reais para uma população historicamente excluída das universidades. Esse não é um gesto assistencialista, é justiça histórica”, afirmou.
Já o reitor da Unifametro, professor Fernando Nogueira, reforçou que a universidade está comprometida com políticas de inclusão e com a formação de profissionais diversos e socialmente conscientes. “Estamos plantando uma semente que vai florescer em todas as áreas do saber, com indígenas ocupando os espaços que sempre lhes foram negados”, disse.
A ação integra o programa Ceará sem Racismo, do Governo do Estado, e busca construir um modelo de educação superior mais inclusivo, representativo e sensível às múltiplas identidades culturais do povo cearense.
